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A Ressurreição de Jesus Cristo (Paul Washer) [22/26]


Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou .  (Lucas 24.5-6)
e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade  .  (Romanos 1.4)
o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.  (Romanos 4.25)
No capítulo 21, fecharam-se as cortinas sobre o Filho de Deus com sua execução na cruz romana. Ele carregou os pecados do seu povo, sofreu a ira de Deus e entregou seu espírito.[1] Mas esse não foi o fim. Juntamo-nos aos primeiros cristãos dos séculos passados em alegria e confiadamente proclamamos: “Ele ressuscitou! Ele realmente ressuscitou!”
A ressurreição histórica de Jesus Cristo é um dos principais pilares da fé cristã. Se uma pessoa não crê nesse fato, ela não é cristã. Sem proclamar esse fato, o evangelho não foi pregado. Portanto, qualquer pregador, teólogo, escriba ou (o suposto) profeta que não afirma resolutamente a ressurreição física e histórica de Jesus não tem nada para falar a igreja. Não precisamos aprender deles, entendê-los ou trazê-los à comunhão. Eles não são cristãos.
Talvez houve uma era dourada do cristianismo onde tais severas advertências sobre a ressurreição de Cristo não eram necessárias, mas infelizmente, não é mais o caso. A ressurreição está posicionada na linha de frente da guerra pelo evangelho e recebe as maiores investidas do inimigo. O diabo sabe bem que todo o cristianismo permanece de pé ou cai dependendo dessa doutrina.[2] Portanto, seu alvo primário é a sua negação. Se não a consegue, o inimigo se contenta quando aqueles que buscam ser mais ecumênicos tratam a ressurreição como algo não essencial, e ele também se agrada quando aqueles que verdadeiramente creem negligenciam a ressurreição em sua proclamação do evangelho.
As maiores doutrinas do Cristianismo sempre estiveram sob ataque por todos os lados e a ressurreição não é uma exceção. Contudo, a singularidade da nossa era reside em que os araques mais perigosos agora vêm daqueles que clamam ser completamente cristãos e até mesmo evangélicos. Eles não negam a ressurreição explicitamente, e talvez até a afirmem convictamente para si mesmos. Mas eles não requerem tal convicção de outros, nem sustentam que ela seja uma doutrina essencial para se ingressar no cristianismo. Escolheram uma falsa forma de tolerância que se sobrepõe a verdade e uma compaixão distorcida pela humanidade que se sobrepõe ao termo do Senhor e à fidelidade às Escrituras. Como Judas, eles beijaram o Salvador fingindo lhe prestar homenagem, mas o traíram.[3]
Negar a ressurreição de Cristo – ou até tratá-la como não essencial – devasta o cristianismo genuíno. Contudo, aqueles de nós que creem na doutrina e buscam proclamar fielmente o evangelho também podem praticar um mal menor: negligenciar dar a ressurreição seu lugar de direito em nossa pregação. Essa grande doutrina não é só um adendo que colocamos em nosso extenso sermão sobre a cruz, mas deve-se considerá-la de igual importância. Uma pesquisa completa das pregações dos apóstolos no livro de Atos mostrará que a ressurreição de Jesus Cristo era o tema primário do evangelho dele. Não era uma mensagem tirada do armário uma vez por ano, no domingo de Páscoa. Era o incansável canto da vitória da igreja primitiva!
É importante ter em mente que o debate que se trava contra o cristianismo e o evangelho não é sobre a historicidade da morte de Cristo. Somente pseudointelectuais embevecidos em um delírio pós-moderno, ignorantes do método histórico, negaria que houve um homem chamado Jesus de Nazaré que viveu na Palestina e morreu sob o reinado de Pôncio Pilatos. A disputa é sobre a ressurreição. Assim, a ressurreição é tão escandalosa como a cruz e deve ser proclamada com igual profundidade e intensidade. Se dermos maior ênfase na proclamação da ressurreição, teremos um evangelho mais bíblico e testemunharemos uma demonstração maior do poder do evangelho.

O relato bíblico

Antes de considerarmos o sentido e a importância exatos da ressurreição de Cristo, será útil ter pelo menos um entendimento geral do relato histórico que a Escritura nos revela.
É cedo de manhã no terceiro dia. As mulheres fazem timidamente seu caminho ao jardim onde o corpo de Cristo fora sepultado. Delas não é um caminhar de esperança, mas de lamento. O desejo delas é honrar o corpo de seu amado Jesus com um sepultamento digno. A conversa delas se limita a pequenas questões técnicas: “Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo? […] pois era muito grande.”[4] A ressurreição passa longe de suas mentes.
Contudo, o lamento se torna em medo; o medo, em esperança inextinguível; e esperança, em gozo indizível e cheio de glória. Elas encontram a pedra removida, um caminho aperto, uma tumba vazia e uma proclamação angelical de boas novas: “Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galiléia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia.”[5]
As mulheres rapidamente partem da tumba “com temor e grande alegria”. Elas correm para contar aos discípulos, mas o testemunho delas parecia como conversa fiada e sem sentido para justamente aqueles que deveriam ter crido.[6] Então, esperando contra a esperança, Pedro e João correm para o sepulcro vazio. Após uma breve e desconcertante investigação, eles correm para os outros com palavras incertas: “Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos.”[7]
Em sua rápida partida, deixam para trás Maria Madalena, que chora, mas também se torna a primeira a ver o Senhor ressurreto. Ele a comissiona a voltar mais uma vez aos incrédulos discípulos com mais uma confirmação de sua ressurreição.[8] Isso é seguido por uma segunda aparição às mulheres que retornam do túmulo e por uma terceira a Cleopas e outro discípulo no caminho de Emaús.[9] Finalmente, Jesus aparece para Pedro e então para o onze.[10] Ele inclusive aparece a seu incrédulo meio-irmão Tiago em um encontro que o altera de tal forma, que ele se torna parte do grupo apostólico e um pilar na igreja de Jerusalém.[11] Por fim, ele apareceu a Saulo de Tarso, “como por um nascido fora de tempo”, na estrada para Damasco.[12] É desnecessário escrever sobre este encontro e seu efeito. O próprio homem que comprometeu-se em destruir o cristianismo se torna seu propagador e defensor mais fervoroso.[13] Resumindo, temos a segura palavra das Escrituras que antes de sua ascensão, nosso Senhor apareceu para um grande número de testemunhas, para determinadas pessoas e foi visto “por mais de quinhentos irmãos de uma só vez”.[14]


[1] Lucas 23:46
[2] 1 Coríntios 15:14
[3] Mateus 26:49-50
[4] Marcos 16:2-4
[5] Lucas 24:5-8
[6] Lucas 24:11
[7] João 20:9
[8] João 20:11-18
[9] Mateus 28:9-10, Lucas 24:13-32
[10] Lucas 24:34-43
[11] 1 Coríntios 15:7; Atos 1:14, 15:13
[12] 1 Coríntios 15:8; Atos 9:3-19
[13] Atos 9:1-2; 1 Coríntios 15:10
[14] 1 Coríntios 15:6
O Poder e a Mensagem do Evangelho (Paul Washer)Extraído do livro 22º capítulo do livro “O Poder e a Mensagem do Evangelho” de Paul Washer, a ser lançado pela Editora Fiel. Tivemos a oportunidade de traduzi-lo e o privilégio de poder compartilhar pequenos trechos de cada capítulo com vocês.
Tradução: Vinícius Musselman Pimentel. Versão não revisada ou editada. Postado com permissão.
© Editora Fiel. Todos os direitos reservados. Original: A Ressurreição de Jesus Cristo (Paul Washer) [22/26]
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