A igreja será arrebatada antes da grande tribulação?

Há tempos, escrevi um artigo sobre o arrebatamento da igreja sob a ótica pré-tribulacionista (link aqui). Lembro-me que recebi nos comentários do artigo, contestações acerca da posição da igreja ser tirada deste mundo antes da grande tribulação, e um dos que lá comentaram – atribuíram à posição pré-tribulação um tratamento de engodo escatológico.

Sugiro que você pesquise sobre o termo “dispensacionalismo” afim de entender minha linha de interpretação. De fato, a interpretação dispensacionalista no que diz respeito ao arrebatamento da igreja é aparentemente a mais complexa e ao mesmo tempo a mais literal; mas nem por isso, desconexa e infundada (1 Ts 4.13-18). Existe uma tentativa de atribuir a John Nelson Darby (1800-1882), teólogo e pregador anglo-irlandês, a criação do dispensacionalismo e por extensão a interpretação pré-tribulacionista – o que não é verdade, pois historicamente outros documentos que retratam a posição foram compostos bem antes das exposições de Darby. A grande maioria dos evangélicos são pré-tribulacionistas (acreditam que Jesus virá buscar seu povo antes da grande tribulação); mas, nos últimos anos – tem se levantado uma frente escatológica mais propensa ao meso e pós-tribulacionismo. No campo teológico, os embates sempre se fizeram notar, além de estabelecerem posições paradoxais – com a doutrina das últimas coisas, não é diferente. Procuro neste singela contribuição, sustentar a doutrina que abracei pela fé e que depois me foi ensinada com embasamento bíblico por meus mestres e pastores.
A grande tribulação deverá se iniciar com a manifestação do Anticristo (ou de seu governo) e provocar o consequente arrebatamento da igreja (2 Ts 2:3, 4). Parece existir um objetivo bem claro de Deus quanto à grande tribulação (Ap 6 a 19): a conversão dos Judeus (Zc 12:10; Ap 12), e juízo sobre os pecadores (Is 13:9-18). A grande tribulação é referenciada várias vezes no A.T como o “Dia do Senhor” (Am 5:18-20; Jl 1:15; Sf 1:14). É tida profeticamente como o tempo da angústia de Jacó ou Israel (Jr 30.7).  O dia do Senhor em sua aplicação escatológica está sempre relacionado ao juízo, ao tratamento com os ímpios e escuridão em todos os sentidos. Esses quadros, nada tem a ver com as promessas de Jesus para seus seguidores (Jo 14.1-3). As posições da vinda de Cristo no fim da tribulação, precisam considerar a atualidade dos apelos bíblicos para a iminente volta de Jesus para buscar sua igreja (Ap 3:11; 22:12, 20; Hb 10:37; Tg 5:9).
A história sagrada ensina que em todos os tempos de juízos Divinos sobre civilizações e populações inteiras, Deus sempre livrou seus fiéis. Livrou a Noé e sua família do dilúvio (Gn 6:17,18); livrou a Ló da destruição de Sodoma (Gn 19:17-22); livrou a Israel das dez pragas que atribularam ao Egito (Ex 12.12,13); Livrou Jerusalém da invasão da Assíria (2 Re 19:32-34) e prometeu livrar sua igreja militante e fiel da hora da tentação que há de vir sobre toda a terra (Ap: 3.10). O arrebatamento antes da grande tribulação será a forma de Cristo Jesus livrar sua noiva das agruras daquela última semana profética (Dn 9:24-27); galardoar os crentes por meio de suas obras (2 Co 5:10) e celebrar as bodas de seu figurado relacionamento com a sua igreja (Mt 26:29; Ap 19:7-9).
A idéia em torno do termo original “arrebatamento” denota em rapto, em evento abrupto, não anunciado ou alardeado; diferente das citações de Ap 1.7; 19:11-16), que são totalmente públicos e visíveis e referem-se à manifestação de Jesus em Glória; evento ligado ao fim da grande tribulação – e essa realização é diferente do arrebatamento. A concatenação bíblica para a primeira fase da segunda vinda de Cristo (1 Ts 4.13-18), parece ter sentido acontecer na abertura do parêntese dispensacional entre graça e milênio, ou seja: na abertura da grande tribulação da qual a igreja de Cristo não passará – pelo menos na visão pré-tribulacionista (Ap 3.10; 1 Ts 5.9).
Os indícios apocalípticos da pregação e da salvação durante a tribulação parecem não indicar a presença da Igreja da era da graça pregando lá, mas sim de um grupo de 144 mil Israelitas (Ap 7:4-8; 14:1-5). O Evangelho do Reino de Mateus 24:14, que também foi pregado por nosso Salvador (Lc 4:43) terá sua continuidade na grande tribulação antes do julgamento das nações e instauração do milênio na terra (Mt 25:31-34; Ap 20:4-6). A pregação do Evangelho do Reino no contexto apocalíptico parece não fazer alusão a uma missão cristã, e sim ao citado grupo de pregadores israelitas escolhidos e a princípio dirigidos aos judeus (Mt 10:23). A evangelização mundial parece alcançar seu ápice na pregação do Evangelho Eterno (Ap 14: 6,7). Vale ressaltar que mesmo assim, a igreja de Cristo nesta dispensação, recebeu a incumbência de evangelizar o mundo inteiro e não pode negligenciar sua missão tarefa (Mc 16.15; Mt 28:18-20).
Pra terminar, quero dizer que a última trombeta citada por Paulo em 1 Coríntios 15:52, nada tem a ver com última trombeta de Apocalipse 11:15, por razões claras: as menções retratam cenários escatológicos distintos: a primeira a convocação dos salvos vivos e mortos para o arrebatamento e a segunda para o anúncio do reino eterno de Cristo. Ademais, em João 14:1-3, Atos 1:11, 1 Coríntios 15:52-58, Filipenses 3:20, Colossenses 3:4, entre outras passagens, os apóstolos ensinaram que Cristo poderia retornar a qualquer momento. Sem tal expectativa, a Igreja perde o foco espiritual e tem a tendência de se tornar morta. Eu acredito num tipo de “igreja” ou de “salvos mortos na tribulação” (Ap 7:13-16), mas não sendo esta igreja promotora do Evangelho da Graça (Ef 3.5-6; 2:8).

Silvio Costa
Se define como crente pela compaixão de Jesus, estudante de teologia por paixão e administrador de empresas por profissão. Mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e na Faculdade FAIFA. É colunista de grandes portais evangélicos do Brasil e também compõe textos exclusivos para a revista e o portal Seara News. Ele ainda mantém o blog Cristão Capixaba e iniciou o portal Litoral Gospel.

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3 respostas

  1. O ensino racional dispensacionalista do qual faz parte a pré-tribulação foi inventado pelos teólogos e falsos profetas John Nelson Darby, (1800/1882) e adotado por Cyrus Ingerson Scofield (1843/1921). Esse ensino é uma HERESIA APOSTATA. Todos os seus muitos tentáculos doutrinários humanos contém desprezo ao que o Senhor ensina nas sagradas escrituras.
    Infelizmente essas filosofias têm sido amplamente aceitas em quase todas as igrejas evangélicas. Alguns por não conhecer a verdade sobre essa filosofia teológica acham que é o “mais certo”.
    Muitos evangélicos esquecem que frente à bíblia NÃO EXISTE O MAIS CERTO, pois uma doutrina se é bíblica ELA É TOTALMENTE CERTA, É VERDADEIRA.
    Se algo contém fermento HUMANO OU DEMONÍACO não é o mais certo, nem menos certo, É SIMPLESMENTE ERRADO, HERÉTICO, IDÓLATRA, porque contém desrespeito à palavra de Deus.
    Vejamos alguns dos inventos dos teólogos dispensacionalistas Darby e Scofield para sabermos por que eles apostataram da fé bíblica ao ensinarem as mentiras abaixo listadas:
    1. Pregam que haveria salvação por obras da lei de Moisés durante a grande tribulação, mas a bíblia ensina que a lei não pode salvar a ninguém. Jesus é o único caminho de salvação:
    GÁLATAS 2:16 Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada;
    JOÃO 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”;
    2. Pregam por erro que a IRA SERIA A GRANDE TRIBULAÇÃO, mas a bíblia ensina que a ira, o lagar da ira, o dia da ira é uma referência julgamento dos condenados no tribunal de Cristo, tendo como consequência o lago de fogo eterno:
    APOCALIPSE 20:15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi LANÇADO NO LAGO DE FOGO. (14)… Esta é a segunda morte;

    O senhor destinou o homem para vida eterna, para o louvor da sua gloria.
    ROMANOS 2:5-6,7 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesoura ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus 6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

    Como vemos aqui, o dia da ira está relacionado com a condenação. Terá a confirmação na “manifestação do juízo de Deus”.
    I TESSALONICENSES 1:10 E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

    3. Pregam salvação durante a grande tribulação sem a presença do sangue do cordeiro, sem o Espírito Santo. No entanto, a bíblia é clara em dizer que sem o Espírito Santo não há salvação. Quem não tem o Espirito não pertence a Cristo, portanto não teria o selo da redenção:
    ROMANOS 8:9 …Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele;
    JOÃO 3:5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer… Do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
    4. Pregam o erro pelo qual Jesus viria em segredo, INVISÍVEL, antes da grande tribulação, e levaria o Espírito Santo e a igreja, mas a bíblia ensina o que Jesus virá visível na segunda vez:

    HEBREUS 9:28 Assim também Cristo,…, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação;
    LUCAS 17:24 Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia;
    APOCALIPSE 1:7 Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá…

    5. Pregam por erro uma segunda vinda em secreto e uma terceira vinda diante de todos os olhos.
    A segunda vinda de Jesus será um evento complexo onde o arrebatamento é, apenas, uma parte do que o Senhor irá fazer na sua segunda vinda. Clareando: Arrebatamento e ressurreição são atos espirituais diferentes, PORÉM INSEPARÁVEIS.

    Jesus não veria uma vez para fazer SOMENTE O ARREBATAMENTO, isso não existe na bíblia.
    MAIS DETALHES:WWW.REVELACAODABIBLIA.COM.BR

  2. Jesus diz em Mateus 24…

    Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.
    E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
    Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;
    Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.
    Mateus 24:21-24

    Jesus estava falando aqui da grande tribulação ou estou enganado?
    Se os escolhidos estavam junto e não aguentariam se não fossem abreviados aqueles dias…pra mim é claro que estaremos uma parte da tribulação aqui na terra ainda.

  3. Sobre os acontecimentos dos tempos finais, é recomendável ler também os versículos restantes de Mateus 24 e todo o capítulo 25.
    A quem Jesus dirigiu, em primeiro lugar, as palavras de Mateus 24 e 25? A resposta é: basicamente aos judeus – e não à Igreja.

    Nessa ocasião a Igreja ainda era um mistério. Somente no Pentecoste ela foi incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada através de Paulo.
    Portanto, o texto também não está falando do arrebatamento, quando Jesus virá para buscar Sua Igreja, mas trata da volta de Jesus em grande poder e glória para Seu povo Israel, após a Grande Tribulação (Mt 24.29-31). Jesus só falou do arrebatamento mais tarde, pouco antes do Getsêmani, como está registrado em João 14. Até então os discípulos, como judeus, só sabiam da era gloriosa do Messias que viria para Israel (por exemplo, Lucas 17.22-37).
    Os discípulos a quem Jesus Se dirigiu em Mateus 24 e 25 evidentemente eram judeus. Em minha opinião, eles simbolizam o remanescente judeu fiel, que crerá no Messias no tempo da Grande Tribulação.
    No sermão profético do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, Ele predisse como será a situação dos judeus no período imediatamente anterior à Sua volta.
    Falsos profetas e falsos cristos, como são chamados em Mateus 24.5,23,26, representam um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos, pois deve preocupar-se mais com falsos mestres, falsos apóstolos e falsos evangelistas e em discernir os espíritos (2 Co 11.13; 2 Pe 2.1; Gl 1.6-9). Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão sucumbir às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos.

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