A proposta do ministro Luiz Edson Fachin em instituir o “abuso do
poder religioso” no julgamento de ações contra candidaturas supostamente
beneficiadas por apoio de lideranças religiosas, vem sendo alvo de
críticas por parte de pastores das diferentes linhas doutrinárias.
Franklin Ferreira, pastor, teólogo e escritor, usou suas redes sociais
para denunciar uma tentativa de silenciar o segmento evangélico no
debate público.
Fachin quer que, a partir de 2020, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquadre candidaturas questionadas –
seja por adversários políticos, seja pelo Ministério Público Eleitoral –
por obterem apoio de lideranças religiosas em um cenário que não está
previsto na legislação, o que representaria uma repetição do modus
operandi adotado no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem “legislado”
em diversas pautas.
“Já são punidos na legislação eleitoral o
abuso do poder político, econômico e dos meios de comunicação, assim
como propaganda política em templos e a doação financeira a políticos
por parte de igrejas”, contextualizou o pastor Franklin Ferreira.
Para o integrante do movimento Coalizão Pelo Evangelho,
“o que se quer, agora, é punir a influência de pastores e líderes
evangélicos no processo eleitoral”, limitando o debate político no meio
evangélico: “Tal medida, se aprovada, colocaria na mão de agentes do
Estado a avaliação da consciência religiosa – afinal ‘quem’ vai
determinar o ‘que’ se constitui como abuso? O Estado, assim, se tornaria
juiz da religiosidade e da fé”, acrescentou.
Franklin
Ferreira é um ferrenho crítico da ideologia de esquerda por suas pautas
que, em geral, se opõem frontalmente a princípios bíblicos e tradições
judaico-cristãs, conceitos que são formadores da sociedade ocidental.
Em sua publicação no Facebook,
o pastor questiona se a mesma iniciativa seria aplicada aos ambientes
onde a esquerda predomina: “Como ficam os abusos de poder partidário,
ideológico e filosófico em sindicatos, associações, escolas e
universidades, com o objetivo de influenciar eleitores?”.
“Fiquemos
apenas no exemplo das universidades. Estas se tornaram madraças da
esquerda, e são dos poucos lugares onde partidos de extrema-esquerda
como o PSOL, o PCdoB e o PCO têm alguma influência. O TSE coibirá nesse
ambiente o ‘voto de cabresto’?”, insistiu.
Referindo-se ao
ministro Fachin como um pensador da esquerda – o então jurista pediu
votos pela candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) em 2014 -, o pastor
diz que o voto no TSE “ilustra como a esquerda trata o cidadão comum:
como uma pessoa incapaz, facilmente influenciada ou enganada”.
“Para estes, o establishment
é formado por uma casta de iluminados, que protegem a sociedade da
fraqueza do povo em discernir o que é o melhor para suas próprias vidas.
Por isso a elite política acha que as pessoas são enganadas por seus
líderes religiosos, como se elas não compartilhassem os mesmos valores
de fé que seus pastores e igrejas que decidiram seguir e frequentar”,
comentou.
Como forma de ilustrar seu argumento, Franklin Ferreira
citou o caso recente envolvendo o ex-presidente Lula (“condenado por
corrupção, mas solto pelo STF”), que “incentivou a criação de núcleos de
‘evangélicos progressistas'” como parte de um “esforço de ocupação de
espaços nas igrejas”.
“Uma eventual decisão do TSE se aplicaria a
estes também? Na verdade, a posição do ministro – que representa o
pensamento de parte da elite política – configura abuso do Estado sobre o
cidadão. A previsão dos especialistas é que, mantida a tendência atual
de crescimento no número de evangélicos, em 2030 estes cheguem a 40% da
população […]. O establishment está claramente preocupado com o
crescimento dos evangélicos e sua influência política na sociedade.
Como a elite política defende a privatização da fé e despreza as
principais pautas éticas cristãs, atuam – supostamente em nome da
democracia – para sufocar a voz evangélica na esfera pública, tentando
regulamentar o que é dito e feito nos templos evangélicos. Com isso fica
mais fácil aumentar o Estado, dar livre curso à corrupção, destruir a
família, impor a ideologia de gênero, aprovar o aborto e silenciar o
testemunho público evangélico”, encerrou.
Fonte: Gospel Mais
Link: https://noticias.gospelmais.com.br/franklin-ferreira-abuso-de-poder-religioso-calar-evangelicos-136849.html
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